Durante o curso, recebemos incontáveis recomendações de livros pelos professores. A gente sabe que aquele título rabiscado nas bordas da folha do caderno pode ser esquecido no meio de tanto assunto tratado em aula. Tendo isso em mente, a AGEX conversou com professores de Comunicação e descobriu o que eles recomendam para seus alunos e a partir de hoje, vamos contar pra vocês as Dicas Culturais deles.
DICAS DE
LIVROS
DICAS DE
LIVROS
Dom Quixote: Batalhas a serem vencidas por corajosos cavaleiros e fiés escudeiros, monstros feitos de moinhos de vento podem impedir alguém de coração determinado – mesmo com uma mentalidade questionável.
Em Dom Quixote (1605), Miguel Cervantes eternizou seu talento irônico e construiu um clássico de aventuras de cavalaria. O fidalgo Alonso Quijano vivia uma vida ociosa e ocupava seu tempo alimentando sua mente com romances de cavaleiros, quando um dia decide tornar sua paixão realidade e se transformar em um valente herói.
Sua jornada pela Espanha, em nome do amor por Dulcinéia, rendeu mil páginas de comédia, suspense e busca pela felicidade. Uma grande história, afinal, a liberdade não é um pedaço de pão.
Dom Quixote (1605)
Recomendação do Prof. Alberto Raguenet
História de vidas, história do tempo, história latina. Laços de sangue unem a narrativa de Cem Anos de Solidão, que gira em torno da família Buendía, moradora da cidade fictícia de Macondo. Livro mais importante da obra do colombiano Gabriel García Márquez, o romance lida com um tempo cíclico e mítico, no viés do realismo mágico. A força das personagens femininas se faz presente em todo momento: Úrsula, a matriarca, é o pilar da família. A capacidade de transportar o leitor para a vida de solidão dos personagens, situados em uma sociedade subdesenvolvida e entre guerras é única. Tais elementos garantiram ao escritor e jornalista o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Cem anos retratados. A metáfora para o isolamento da América Latina talvez seja só uma questão de despertar a nossa alma. Talvez não.
Cem anos de solidão
Recomendação da Profª Vanessa Hauser
Chatô, o Rei do Brasil
Polêmico, chantagista e extravagante, é inegável que Assis ChateauBriand era um visionário. Sua posição como dono de quase 100 jornais, sua relação com Getúlio Vargas e sua influência política o fizeram uma figura poderosa. Suas ações questionáveis conferiram-lhe muitos inimigos. É evidente que o livro problemático de Fernando Moraes retratou uma personalidade histórica que ajudou a definir o Brasil dos anos 10 até 60.
Recomendação da Profª Vanessa Hauser
Se a história da sociedade pode ser contada através de jornais, a captura de um olhar pode eternizar acontecimentos. A emoção e o dinamismo retratados nas imagens deste livro mostram uma evolução da fotografia e do contexto sociocultural em que cada artista estava inserido. Com análises aprofundadas de importantes obras, este livro explica o que é a fotografia etnográfica, o registro documental, a fotografia de vanguarda, a publicitária, a erótica e o nu, entre outros.
Tudo sobre Fotografia
Recomendação do Prof. Fernando Pires
O conto da ilha desconhecida
Como saber que algo já é conhecido, se não foi descoberto? A busca da realização de sonhos e atingir objetivos é retratada em forma de parábola, neste conto de Saramago. Como alguma coisa pode ser considerada impossível, se nunca tentaram realizá-la? Neste livro, um homem vai ao seu rei e pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que é desconhecida. O homem argumenta que, assim são todas as ilhas, até que alguém desembarque nelas. Num estilo questionador sobre conceitos da vida, a obra é recomendada para quem quer algo mais aprofundado e reflexivo.
Crime e castigo
Recomendação da Profª Vanessa Hauser
O tempo livre passado em um apartamento sombrio de um jovem solitário é propício para devaneios. Se Napoleão matou milhares e foi absolvido pela história, o assassino de uma velha proprietária de um apartamento não seria considerado um herói, se livrasse o mundo de um ser repugnante como ela? Raskólnikov, jovem estudante depressivo que vive à beira da miséria, decide cometer um assassinato perfeito. Mas o que é considerado um crime? Seria intrínseco da nossa natureza a busca pela punição? A loucura é decorrente da solidão? Os questionamentos filosóficos de Dostoiévski se mostram em cada detalhe desta narrativa de 1866.