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A BELEZA DE UM PURÊ DE BATATA

 

       Nunca fui muito fã de cozinhar. Veja bem, não é que não goste, mas nunca me chamou tanta atenção o aprendizado desta arte. Sou daquelas pessoas que quando se reúne com amigos para jantar, se dispõe a lavar a louça. Tampouco cozinho mal, sei o suficiente de receitas para sobreviver.

       Quando decido aprender algo é diferente: o meu foco é tamanho que acabo por me atrapalhar com as coisas de segundo plano. No caso, ou sigo uma receita com atenção ou converso com as pessoas ao meu redor – não consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Sempre com música, apesar de tudo.

       Um dia desses resolvi fazer o almoço para a minha família e, cheia de confiança, coloquei ópera italiana para tocar enquanto dançava pela cozinha e preparava o almoço. Arroz, salada, galinha, ovos fritos e purê de batata. Julguem-me o quanto quiser, nunca havia feito um purê de batata antes  -  e  estava empolgada para mais uma sessão de “Aventuras da Ana na cozinha”.

       Obviamente, deixei minha nova receita por último a ser preparada – caso desse errado, ao menos teria o resto das comidas e não seria motivo de piada no almoço de domingo com a família. O problema é que não sabia como começar a fazer o bendito purê. Para me poupar da vergonha de procurar no Google “como fazer purê de batata”, resolvi procurar mamãe.

       Ah, mamãe...Essa sabe das manhas de fazer uma bela comida. Enquanto carinhosamente me chamava de lerda por não me ligar que para as batatas terem boa consistência, devo colocá-las em uma panela no fogo e aguardar o ponto ideal, ela abriu a terceira gaveta da cozinha (aquela que ficam todos os utensílios que são pouco utilizados) e tirou um esmagador de batata, para em seguida  me ensinar como utilizá-lo.

É meio tolo e óbvio retratar isso numa escrita. Mas se tolo é, tola serei.      

         Nessas pequenas atitudes que me lembro o quanto ainda tenho a aprender. O quão divertido é compartilhar conhecimentos e que beleza é descobrir como um esmagador de batata funciona. Naquele dia, aprendi a fazer uma nova receita – mas percebi a necessidade de colocar os ensinamentos em prática frequentemente quando na minha primeira tentativa de fazer sozinha, esqueci de colocar leite. Que bom que na dúvida, posso fazer uma miojo.

POR ANA SZEZECINSKI

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