Listados | 5 documentários criminais
A sexta chegou e com ela mais um Listados. Aproveita bem essa edição porque a próxima sexta é feriado (glórias) e só nos veremos novamente no dia 26 de abril. As dicas de hoje são para aqueles que vão passar o findi/Páscoa em casa, curtindo as cobertas.
Com esse título eu creio que você já sabe quem chamamos para ser o “especialista” dessa edição. Claro! É ela! A baiana mais amada da Ulbra, rainha do audiovisual, enciclopédia de documentários: professora Gabriela Almeida. Ela indicou 5 produções com o tema “criminal”, confere a lista:
A tênue linha da morte (The thin blue line)
Quem fez a disciplina de Produtos Audiovisuais já deve ter ouvido falar desse documentário. Ele é dirigido por Errol Morries e, segundo nossa especialista, talvez seja uma das produções mais importantes para a história do cinema.
Em 1976 um policial foi assassinado durante uma abordagem rotineira de trânsito e isso provocou uma grande comoção pública na cidade de Dallas, Texas. Randall Adams foi condenado pelo crime e, mais de uma década depois, aguarda sua execução em uma penitenciária estadual. O diretor alterna depoimentos dos envolvidos no caso e reconstituição das cenas, algo que normalmente não esperamos em um documentário.
Making a murderer
Essa série documentário estreou em 2015, na Netflix e causou tamanho alvoroço que até o presidente dos Estados Unidos se pronunciou sobre o assunto. Ela é organizada em duas temporadas de dez episódios cada uma. A história é sobre Steven Avery, um sujeito condenado à prisão por um crime que não cometeu. Ele passa 18 anos na cadeia e até poderia ter acesso à condicional se assumisse a culpa pelo estupro e agressão de uma das mulheres mais respeitadas de sua cidade, mas se recusa.
A produção levou dez anos para ser realizada e, ao longo da narrativa, desdobramentos importantes acontecem, junto com mais um crime. O sucesso do documentário foi tanto que milhares de pessoas assinaram petições para que Obama se desculpasse com Avery.
Essa lógica de serialidade em produtos de não ficção é algo que a Netflix tem investido bastante e vem atraindo muitas pessoas. “Continua tendo um compromisso com o real, mas tem a mesma duração, progressão dramática e gancho para deixar o espectador interessado no próximo episódio, que uma obra de ficção”, afirma Gabriela.
Dear Zachary
Um jovem estudante de medicina, Andrew Bagby, foi assassinado em 2001 logo após romper com sua namorada. A mulher se tornou a única suspeita do crime e logo após o ocorrido se mudou para o Canadá grávida de Andrew. Os anos passam e, enquanto as investigações estão em andamento, nasce Zachary. O diretor, Kurt Kuenne, era o melhor amigo do pai da criança e decidiu fazer o documentário para que o filho conhecesse Andrew.
A produção se tornou uma investigação do crime e, ao mesmo tempo, uma carta para Zachary. A obra junta imagens de arquivo e depoimentos de entes queridos. Tive a oportunidade de assistir uma parte em aula e, pelo pouco que vi, já recomendo. O início tem uma pegada meio “YouTube” e o jogo que o diretor faz entre relatos e imagens é sensacional. Menina Rafa, outra estagiária de Jornalismo aqui da Agex, assistiu todo o documentário e disse essas sábias palavras: “fiquei abalada e chorei no final”.
Procedimento Operacional Padrão
Esse documentário também é dirigido por Errol Morris, o mesmo de “A tênue linha da morte”. A obra estreou em 2008 aqui no Brasil e discute o abuso de poder do exército norte-americano. A narrativa parte das fotos e vídeos de tortura da base militar americana em Abu Ghraib.
Após serem divulgadas, essas imagens transformaram a Guerra do Iraque e mudaram a “reputação” dos Estados Unidos. Muitos pensaram que o assunto estava encerrado, mas o documentário traz a tona questões mais profundas sobre ele, como: Com que fim as fotos foram tiradas? Os abusos eram ações perversas de um grupo em exceção ou procedimentos sistemáticos do exército? Morris tenta responder isso através de entrevistas com soldados e analistas militares.
Made in America
O documentário conta a história de O.J. Simpson, um atleta negro americano que viu sua carreira decolar mesmo diante do turbilhão racial dos EUA, na década de 60. Isso poderia ser uma bela inspiração se a ascensão de Juice (seu apelido) não envolvesse mentiras, deslealdade, competitividade exagerada e, inclusive, negação total de sua raça. Para ele, ser negro significava ser inferior.
O “criminal” da produção está no momento em que O.J. foi indiciado por matar a mulher e um amigo dela na década de 90. Para se livrar da cadeia ele tenta denunciar o racismo que tanto minimizou ao longo do tempo e criar uma pose de “ícone negro”. O diretor Ezra Edelman reconta minuciosamente a vida do ex-atleta e conhece uma nova história através de depoimentos reveladores de pessoas próximas a Juice. O documentário possui uma riqueza de conteúdo e faz um paralelo entre a história do personagem e o contexto racial da época.
Fonte para sinopses: Adoro Cinema
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