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O estudante de Publicidade que usa a fotografia para registrar pessoas e suas histórias


Alisson Cardoso está no quarto semestre de Publicidade e Propaganda. Apaixonado por fotografia desde adolescente, ele encontrou na rua a sua grande fonte de inspiração. As lentes, que antes estavam voltadas para os imponentes prédios, agora estão focadas nos personagens que dão vida às cidades. Durante uma apresentação na aula de Estética e Comunicação, do professor Cláudio Schubert, Cardoso contou um pouco sobre essa iniciativa. Nossa equipe entrou em contato com ele para conhecer mais sobre essa história. O resultado você confere abaixo.

Com apenas quatro anos, Alisson já ensaiava as suas primeiras manobras no skate. Foi com a ajuda das quatro rodinhas que a sua ligação com a fotografia começou a surgir. Aos 14 anos, ele ganhou dos seus pais uma câmera fotográfica. Os primeiros registros surgiram nas pistas, enquanto fotografava os amigos.

A correria do dia a dia acabou afastando ele do skate, mas não da fotografia. Com o celular, Alisson começou a registrar o caminho que fazia entre a escola, a sua casa e o trabalho. No início, o seu foco estava na arquitetura. “Eu gostava de buscar ângulos diferentes pelos lugares em que passava”, relata. Depois de algumas pesquisas, ele acabou descobrindo um outro lado das ruas. “Comecei a me interessar pelo trabalho de alguns fotógrafos que, ao invés dos prédios, registravam pessoas”, conta. Alisson começou, então, a procurar personagens. Ele afirma que não faz uma seleção, mas que está sempre em busca de histórias. “As ruas estão cheias de pessoas com muitas experiências para dividir e elas só querem ser ouvidas, creio que é isso que me liga aos retratos que costumo fazer”, afirma.

Um desses personagens, foi o senhor que mora na calçada ao lado do lugar onde Alisson trabalha. “Eu passava sempre por ele, nos cumprimentávamos e achava motivador a sua alegria, mesmo estando naquela situação”, relata. Um dia, o estudante resolveu parar para conversar. “Descobri que ele morava naquela calçada há quase cinco anos, perguntei se eu podia registrar aquele momento e ele respondeu sorrindo que sim”, conta. Dias depois, Alisson levou a fotografia impressa para o novo amigo. “Chamei ele e disse que tinha um presente, quando entreguei a foto ele começou a chorar e me agradeceu”, declara. O retrato ganhou um lugar especial na casa improvisada e no coração dos dois. A partir daquele dia, sempre que possível, ele volta aos lugares com o registro em mãos. “Acho que essa atitude de imprimir a foto e presentear as pessoas faz com que elas se sintam lembradas e, talvez, motive elas de alguma maneira”, afirma.

O estudante não pretende tornar a iniciativa um projeto, mas afirma que vai continuar fotografando de uma forma sincera e sem compromisso. No seu Instagram (@alissoncaardoso), ele divide alguns dos registros que faz pelas ruas da região metropolitana.


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