PPGEDU promove sessão de autógrafos, no prédio 11
A Ulbra foi a sede do 8º Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação (SBECE) e do 5º Seminário Internacional de Estudos Culturais e Educação (SIECE). A Universidade e a UFRGS são as responsáveis pela organização do evento que está ocorrendo desde terça-feira (25) e encerra hoje. O tema escolhido para as reflexões e debates deste ano foi “Ser/estar emergentes e/na educação”.
A proposta dessa edição foi fazer com que os participantes refletissem sobre alguns fenômenos contemporâneos, como: novas formas de racismo, preconceito e intolerância; as ondas de imigração em todo o mundo e as novas figuras que emergem na sociedade (refugiados, cotistas, intersex, entre outros). O evento quer, a partir disso, promover discussões que auxiliem no entendimento da educação e seus efeitos nos processos de construção de identidades.
Uma das atividades realizadas para contribuir com essa proposta foi a sessão de autógrafos que ocorreu ontem. Estiveram presentes seis autores e organizadores que, de alguma forma, traziam a temática do evento em suas obras. Ana Carolina Sampaio Zdradek foi um deles. O livro “Juventude líquido-modernas: uma análise a partir dos Estudos Culturais em Educação” é uma compilação das suas pesquisas de graduação e mestrado. Os trabalhos foram construídos com base nas reflexões do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que explica as juventudes e a sua constituição a partir do conceito de geração. Zdradek explicou que seu material-empírico também partiu de uma pesquisa online, realizada através de entrevistas. “Selecionei um grupo de jovens, elenquei certos temas que funcionaram como disparadores de discussão, conversamos sobre eles e, a partir disso, surgiram três categorias: segurança em territórios digitais, o embelezamento em uma era ultra narcisa e a arquitetura dos relacionamentos nas redes sociais”, relata. A autora afirma que seu interesse por essa temática surgiu após a sua experiência com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). “No momento que eu comecei a frequentar a sala de aula, percebi que a todo o momento as mídias digitais entravam em discussão. Elas acabavam tendo que fazer parte do currículo, sem ser o currículo oficial e isso me chamou a atenção”, conta Zdradek.
Outra autora que estava presente na sessão de ontem, foi Teresa Teruya. Ela trouxe para o evento duas obras: “Trabalho e educação na era midiática” e “Cultura e fronteiras no espaço escolar”. A primeira é um recorte da sua tese de doutorado e já está na sua segunda edição. O trabalho analisou a influência da mídia na educação, incluindo as escolhas profissionais dos alunos. “As meninas querem ser modelo e os meninos jogadores de futebol, normalmente essas decisões são influenciadas pelas propagandas a que eles são submetidos diariamente”, exemplificou Teruya. Segundo a autora, a inspiração para a pesquisa surgiu da sua experiência como professora do ensino fundamental. “Eu percebia nas escolas que os alunos viajavam muito no ideal de amor, adolescência e beleza proposto pela mídia, e isso me incomodava muito como educadora”, relata. Outro exemplo citado por Teruya foi o ideia de felicidade, proposta pelas propagandas. Segundo ela, os produtos estão relacionados a uma peça publicitária que não diz mais “compre produto x”, mas sim: “compre produto x e seja feliz”. O tema do livro agradou a comunidade acadêmica. Segundo os relatórios que a autora vem recebendo do Google Acadêmico, o obra está sendo citada em diversas pesquisas de graduação e mestrado. “Essas dias recebi uma mensagem de que ela havia aparecido em um dissertação de mestrado da UFPE, fico feliz em ver toda essa repercussão”, afirma.
Também estiveram presentes na sessão de autógrafos os organizadores do livro Desloucar-se, Elisa Tonoon, Davi de Codes e Leandro Belisaso. Marlucy Alves Paraíso e Maria Carolina da Silva Caldeira, organizadoras da obra Pesquisas sobre currículos, gêneros e sexualidades.