No “mestre mandou” do mercado, quem dita as regras são os clientes
A aula inaugural dos cursos de Fotografia, Jornalismo, Marketing e Publicidade ocorreu na noite passada (9), no auditório do prédio 11. A palestra desse semestre teve como tema “Os dados e o comportamento humano” e foi ministrada pelo Dr. Dirceu Corrêa Jr.. O profissional é um dos fundadores da Postmetria, plataforma de Big Data que identifica, por inteligência artificial, o grau de satisfação espontânea dos consumidores.
Apesar de Big Data ser um tema complexo, a sua discussão tem se tornado cada vez mais necessária na área. Em entrevista para a Agex, Corrêa afirmou que o mundo está vivendo uma nova era tecnológica e isso tem impactado diretamente a vida das pessoas. “Nesse novo momento de informação é necessário que os profissionais de comunicação conheçam essas ferramentas e todas as possibilidades que podem ser tiradas do Big Data”, explica. Apesar disso, ele afirma que muitas pessoas ainda não possuem conhecimento suficiente para absorver e utilizar todos esses recursos, mas destaca que isso é um processo.
Por que Big Data é importante para a minha área?
Essa pergunta pode ter passado pela cabeça de muitos alunos antes da palestra e, talvez, ainda seja a dúvida de alguns. De forma simples, a resposta é: “você precisa entender seu cliente para crescer”. Nesse caso, a palavra “cliente” também pode ser trocada por: usuário e leitor. Independente da área, o profissional precisa entender a necessidade de saber ouvir as opiniões externas.
Nesse contexto, o Big Data surge como uma ferramenta para facilitar a coleta de informações dos usuários. Durante a palestra, Corrêa explicou que existem dois tipos de dados: os estruturados e os não estruturados. Parece algo complexo, mas na verdade eles estão presentes no dia a dia das pessoas. O primeiro se refere a informações quantitativas, por exemplo, quanto tempo a pessoa permaneceu em determinado site, quantos cliques ela deu ou aquela famosa nota de 0 a 5 para avaliar determinado produto ou serviço. Essas informações produzem dados para a empresa, mas eles não são aprofundados. Já o segundo se refere a informações qualitativas, por exemplo, comentários nas redes sociais, postagens em fóruns de “reclame aqui”, fotos e áudios. “As empresas recebem esses dados diariamente, solucionam a dúvida ou problema do cliente e esquecem da importância das informações que estão ali”, relatou Corrêa.
Ambas as formas de avaliação da satisfação do cliente são válidas, porém por muito tempo as empresas basearam seus negócios apenas na primeira opção. Isso se torna um problema a partir do momento que os dados “estruturados” são apenas 20% do Big Data e os “não estruturados” 80%. Corrêa exemplificou citando que uma pessoa pode ter dado uma nota “4” para um hotel, mas no comentário ter afirmado que o serviço de limpeza precisava de melhorias. Se o local focar apenas no “4”, poderá perder a oportunidade de evoluir, atrair novos clientes e ainda criar uma fidelidade com esse usuário.
Obviamente ler todos os comentários, ouvir todos os áudios e estar atento a tudo que é falado sobre sua empresa é humanamente impossível. É nessa lacuna que crescem empresas como a Postmetria que, através da inteligência artificial, avaliam esses comentários qualitativos e transformam eles em dados quantitativos mais palpáveis para as empresas.
Sem desespero
Corrêa admitiu que o assunto é complexo, mas reafirmou aos alunos a importância de entender essas ferramentas. Ele alertou os estudantes para a demanda do mercado e que cada vez mais as empresas irão exigir esse conhecimento.
A mensagem principal da palestra foi: “quando as empresas param para ouvir seu consumidores, melhoram seus produtores, tornando-os mais compatíveis aos desejos de seus usuários e o crescimento vem como consequência”, afirmou Corrêa.
No fim, alunos e professores puderam fazer perguntas e esclarecer suas dúvidas sobre o assunto com o palestrante.
Fotos: Jean Monteiro (Agex)
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