Papo de Redação debate os desafios da integração entre plataformas
Alunos do curso de Jornalismo se reuniram na noite de ontem (22) em mais uma edição do Papo de Redação. O evento é alusivo ao aniversário do jornal Zero Hora e contou com a presença da jornalista Milena Schoeller. O bate-papo ocorreu no auditório 219, do prédio 1 e debateu as etapas que envolveram o processo de integração entre as redações do grupo.
A jornalista Milena Schoeller tem 20 anos de experiência em redação e há dois é editora da GaúchaZH. No início da palestra, ela dividiu com os alunos os motivos que levaram a Zero Hora, a Rádio Gaúcha e o Diário Gaúcho a se unirem em uma única redação. “Queríamos produzir um conteúdo integrado, multimídia, convergente, no formato adequado e no tempo certo de cada plataforma, sem conteúdo repetido, extraindo o melhor de cada profissional”. Segundo ela, a aposta financeira da empresa são as assinaturas no digital. Atualmente, a GaúchaZH conta com mais de 18 milhões de usuários únicos e 95 mil assinantes digitais. Nesse novo processo, os colunistas estão sendo o diferencial para atrair o público. “Notícias o leitor pode encontrar em outros veículos, caso seja barrado pelo paywall, por isso decidimos investir nos conteúdos exclusivos”, afirma a jornalista.
Schoeller revelou que durante o processo de integração, a equipe sentiu falta de alguém para coordenar os conteúdos. Surgiu então o setor “Hora”. São três editores, entre eles a jornalista, que tomam decisões para atender as pautas e verificar se os conteúdos estão sendo entregues de forma adequada. A união também gerou mudanças nas editorias. Agora, a cobertura é dividida em três grandes grupos: hardnews, esporte e softnews.
A rotina de uma redação integrada
Quando foi aberto o espaço para perguntas, os alunos mostraram bastante interesse em entender como é a rotina da redação. Schoeller explicou que a reunião de pauta ocorre às 8h e conta com representantes de cada editoria e veículo, sendo coordenada pela equipe do “Hora” e pelo editor chefe do jornal. Nela, é decidida qual será a grande história do dia e qual o tipo de cobertura que cada veículo precisa executar. Após a explicação, alguns alunos questionaram se esse novo formato não sobrecarregava os profissionais. Schoeller afirmou que não. Segunda ela, o número de pautas que cada jornalista recebe por dia varia muito de acordo com o assunto que está sendo abordado. “Quem distribui as pautas normalmente é alguém que já foi repórter, então há uma empatia e sensibilidade nesse processo também”.
Ainda sobre a relação dos jornalistas com esse novo modelo, um dos professores presentes questionou sobre as especializações. Ele destacou que, antigamente, a maioria dos jornalistas tinha uma área em que se detinha e que esse formato quebra com essa “tradição”. “Precisamos de profissionais que saibam fazer tudo, temos alguns específicos, mas eles precisam estar preparados, caso seja necessário trabalhar em algo fora de sua área”, explicou Schoeller.
Por fim, a jornalista destacou o que essa integração reflete no mercado de trabalho. “Buscamos pessoas que estejam abertas a novas oportunidades, com vontade de aprender e que demonstrem isso através de atitudes.”
Novidade chegando
No fim da palestra Milena Schoeller deu dois anúncios importantes. O primeiro se refere a um nova ferramenta que deve chegar à plataforma do GaúchaZH na semana que vem. A “caixinha da confiança” será implantada no fim de algumas matérias com a assinatura do editor chefe e com uma explicação de porque aquele conteúdo foi apurado. Segundo a jornalista, essa será uma das formas de combater a desinformação, trazendo mais credibilidade ao conteúdo e explicando o posicionamento dado naquela notícia. O segundo é sobre as inscrições para o Primeira Pauta. O concurso é a oportunidade que alguns alunos podem ter de ir trabalhar na redação do jornal e vivenciar o dia a dia da redação.
Fotos: Jean Monteiro (Agex)
