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Moda com propósito: uma visão consciente sobre o mundo fashion


Globalmente, 80 milhões de peças de roupas novas são compradas a cada ano, consumindo mais de 93 trilhões de litros de água. Segundo o relatório da ONU Meio Ambiente, o tingimento e tratamento de produtos têxteis é responsável por 20% da poluição hídrica do planeta. Os números são um reflexo da nova forma de consumo baseada no modelo Fast Fashion, roupas produzidas em larga escala e com um tempo de vida útil menor.

Essa tendência mundial tem sido pauta de debates na indústria da moda, exemplo disso é o Fashion Revolution. Esse movimento mundial questiona todo o processo de produção das roupas, desde o plantio da matéria-prima ao descarte das peças. Além disso, também busca evidenciar e valorizar as pessoas que estão por trás dos produtos.

Alô, alô marciano: consumo e conteúdo de moda com propósito

Aliados ao modelo consciente de consumo, surgem os brechós e marcas sustentáveis. Josiane Santos Martins é estudante de Design de Moda da Ulbra e, recentemente, criou um perfil no Instagram sobre o assunto. O Alô, Alô Marciano se tornou uma plataforma para dividir dicas e informações sobre moda, além de ser também um brechó. “Quando falamos sobre esse assunto normalmente as pessoas já associam a algo fútil, mas a moda é uma forma de expressar seu estilo e precisamos saber o que estamos vestindo, de onde vem aquele produto”, afirma a aluna.

Segundo Martins, sua visão sobre a indústria foi se construindo ao longo da faculdade e através do seu contato com a arte. A aluna explica a importância de pensar o que está sendo consumido, se realmente é necessário adquirir aquilo e quais são os princípios daquela marca. “As pessoas se apegam muito ao preço, mas pensa quanto um trabalhador ganhou para que determinada blusa chegue até ela por apenas R$ 15?”, indaga.

O Alô, Alô Marciano surgiu para pessoas alternativas que se sentiam “ETs” no meio das “modinhas” fashion, mas agora Martins já tem planos maiores. O objetivo é levar o projeto para um espaço físico com brechó e consultoria de imagem. “Quero poder auxiliar as pessoas a descobrirem seu estilo e estimulá-las a pensarem na moda de uma forma diferente”, afirma.

Uma das principais dicas dada pela aluna é investir em pequenos produtores e brechós. Suas principais inspirações são o atêlie Jezabel, a marca Sou Básico e o artista Paulo Roberto Sombrio.

Brechó no campus

Localizado no antigo Núcleo de Design (saguão do prédio 14), o Brechó da Moda busca incentivar o consumo consciente entre os alunos da universidade. As peças variam bastante em estilo e tamanho. “Por incrível que pareça, nesse primeiro mês, nossa maior demanda foi masculina, tanto que agora temos pouquíssimas peças”, relata Martins.

Os preços variam de R$ 5 a R$ 30, podendo subir um pouco se a peça possuir um tecido mais estruturado. O local fica aberto na segunda e quarta-feira, das 16h às 19h. Todo o lucro é revertido para o Fashion Day, desfile de peças autorais produzidas pelos alunos do curso.

Durante a visita ao local, a equipe Agex pediu para que Martins montasse três looks com roupas encontradas no brechó. A aluna topou o desafio e mostrou que é possível se vestir bem gastando pouco. Confira o resultado:

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