Profissionais que inspiram
O personagem dessa história é o médico Paulo Roberto Consoni. Professor há 35 anos, ele divide a sua rotina entre as aulas que ministra na Ulbra, seu hobbie por música e o projeto “Amor por Idosos”.
Entre as diversas áreas da medicina, Consoni optou por se especializar em geriatria. Essa escolha foi a que o guiou, anos depois, a criar um projeto de atenção a instituições de longa permanência para idosos. No início, o professor realizava os atendimentos sozinho, mas com o tempo recebeu o apoio de outras especialidades. Dessa forma, surgiu o “Núcleo de Estudo e Atenção Geronto Geriátrica”. Hoje o projeto conta com o apoio de alunos e professores de Educação Física, Fonoaudiologia, Farmácia, Enfermagem, Biomedicina, Fisioterapia, Serviço Social e Medicina. “É um trabalho multidisciplinar e essa é a minha grande satisfação porque não faço nada sozinho”, relata o professor.
O objetivo do projeto é levar saúde e bem-estar a idosos em vulnerabilidade social. Cada curso é responsável por um tipo de avaliação, mas o cuidado vai além da questão física. Os professores e alunos também buscam soluções para os problemas cotidianos dos lugares. Consoni conta que certa vez uma aluna levou um eletricista para arrumar alguns problemas que haviam em um dos asilos. Em datas comemorativas o grupo também promove festas e atividades lúdicas. “A maioria dos idosos dessas instituições não recebem visitas de familiares e por isso ficam tão felizes quando recebem carinho e atenção de outras pessoas”, relata.
Elisa Bai tem 21 anos, é aluna de Medicina, uma das bolsistas do projeto e presidente da Liga de Geriatria e Gerontologia. Assim como o professor, carrega um amor pela área geriátrica. Segundo ela, essa oportunidade é ótima para aprender e conhecer o público e as situações com que irá lidar futuramente. “O grande diferencial é que não vamos lá apenas pela questão médica, oferecemos carinho e atenção, também”, afirma a jovem. Consoni descreve o projeto como uma forma de os alunos colocarem em prática aquilo que estão aprendendo em sala de aula. “Eu sempre digo para os meus alunos que eles podem colocar o conhecimento dentro de uma caixinha e só utilizar na prova ou usá-lo para auxiliar pessoas. Quero que eles se sintam capazes”, explica.
Por fim, o professor relata que a sua grande inspiração para seguir na profissão são os alunos. “É muito trabalhoso, mas eles, com essa vibração e alegria que carregam, me motivam a seguir em frente”, conclui.