Finlândia processa cidadãos por ameaças on-line a jornalistas
Um dos países líderes na liberdade de imprensa, a Finlândia, começou a condenar cidadãos envolvidos em ataques e intimidações on-line contra jornalistas, seja em ataques isolados ou em campanhas coordenadas. Apesar da grande liberdade, as redes sociais se tornaram o principal meio contra profissionais da imprensa, não apenas no país, mas também no mundo.
Uma das decisões recentes foi no fim do ano passado, quando três pessoas foram condenadas por difamação e incitamento à difamação, contra a jornalista Jessikka Aro. A profissional trabalha na emissora pública do país YLE, e é conhecida por suas reportagens sobre trolls russos em 2014, quando começaram as investigações.
No Brasil, no último fim de semana, uma série de ataques foi organizado a jornalista Constança Rezende. Um site responsável por disseminar notícias falsas atribuiu a profissional do jornal Estado de São Paulo, uma declaração dizendo que a sua intenção é “arruinar o atual governo e um dos filhos do Presidente”. Grupos de apoiadores do governo conseguiram levantar a hashtag “#EstadaoMentiu” no twitter, visando atingir o veículo e Constança. Tanto a profissional quanto o veículo já desmentiram a fala com provas oficiais. Nesta segunda-feira (11), está nos Trand Topics o termo “#AImprensaMente”, novamente levantada por apoiadores do atual presidente, contra veículos de comunicação do país e seus profissionais.
No ano passado, conforme o relatório anual da Federação Nacional dos Jornalistas, foram registrados 28 casos de ameaças ou intimidações contra profissionais brasileiros, seja pessoalmente ou por meios eletrônicos.