Cientistas desenvolvem “capa de invisibilidade” no Canadá
Um time de pesquisadores em Montreal, Canadá, afirma ter feito um objeto totalmente invisível à luz de espectro total, usando uma nova técnica apelidada de “camuflagem espectral”. As descobertas foram publicadas na Optica, pela Sociedade Óptica da América.
José Azaña, co-autor do estudo sobre as descobertas, diz que a técnica pode ter uma variedade de aplicação na segurança, como encobrir transmissões de fibra-ótica e fazer objetos invisíveis a olho nu.
O experimento foi conduzido usando um cabo de fibra óptica, um laser e um objeto-alvo no Instituto Nacional de Pesquisa Científica (INRS, na sigla em francês), em Montreal.
Dispositivo usado para o experimento de camuflagem espectral usando fibra ótica. Foto: José Azaña.
Os pesquisadores usam o laser por um dispositivo de camuflagem que muda a frequência da luz, desta forma passando através do objeto-alvo, em vez de interagir com ele, para torná-lo invisível. Outro filtro atrás do objeto retorna a luz para sua frequência original. “Nós reconstruímos a onda [de luz] exatamente como era, ficando como se não houvesse um objeto”, disse Azaña ao Global News.
Em outras palavras, você pode brilhar uma lanterna por uma cesta de mirtilo “camuflada” e ela atingiria diretamente a parede do outro lado, sem refletir qualquer luz dos mirtilos no meio. Você precisaria apenas programar o filtro para camuflar a luz azul. Isso é essencialmente o que Azaña e seu time fizeram.
Confira o vídeo, em inglês, sobre o experimento.
Azaña diz que a capa depende de saber exatamente quais as cores precisam ser filtradas. Contudo, é possível, teoricamente, programar um dispositivo de camuflagem para ignorar o espectro visível completo, efetivamente tornando o objeto invisível ao olho humano.
O experimento pode ser útil para prováveis usos militares no futuro, apesar de essas aplicações ainda estarem longe de acontecer, afirmam os autores do estudo.
O estudo demonstrou que um objeto unidimensional pode ficar invisível. O próximo passo é aplicar o mesmo conceito em objetos bi e tridimensionais, diz Azaña. “Nosso trabalho representa um avanço na busca pela invisibilidade”.