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Ao contrário do que possa parecer, os dias estão ficando mais longos

Se o dia nunca parece ser longo o suficiente para todas as suas tarefas, agradeça pelos tempos estarem mudando. De acordo com cálculos recentes, um dia na terra era cinco horas e quinze minutos mais curto um bilhão de anos atrás, bem antes da vida complexa se espalhar ao redor do mundo.

Cientistas usaram uma combinação de teoria astronômica e assinaturas geoquímicas enterradas em pedras antigas para mostrar que, há 1,4 bilhões de anos, a Terra dava uma volta completa em seu eixo a cada 18 horas e 41 minutos, comparadas às 24 horas de atualmente.

O número quer dizer que, em média, a duração do dia na Terra aumentou um, 74 mil avos de segundo por ano desde a Era Pré-cambriana, uma tendência que deve continuar por milhões, se não bilhões, de anos.

Conforme a rotação da Terra desacelera gradualmente, a lua se afasta do planeta. Stephen Meyers, da Universidade de Wisconsin-Madison, e Alberto Malinverno, da Universidade de Columbia em Nova York, escreveram para os Procedimentos da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS) cálculos mostrando que, pelos últimos 1,4 bilhões de anos, a lua se afastou por volta de 44.000km da Terra, ficando a uma distância de 384.400km do planeta.

Os cientistas se deram a tarefa de reconstruir as mudanças na distância entre a Terra e a lua, variações na órbita da Terra, e oscilações e inclinações conhecidas como ciclos de Milankovitch. Até agora, tem sido difícil de elaborar figuras confiáveis que datem para mais de 50 anos atrás.

Já que ciclos de Milankovitch afetam quando o sol chega aos pólos do planeta, eles são os principais fatores de mudanças climáticas durante prazos que vão de dezenas de milhares a milhões de anos. Para definir a frequência dos ciclos na profunda história da Terra, os cientistas examinaram os índices de cobre e alumínio ligados às mudanças climáticas na formação marinha Xiamaling, de 1,4 bilhões de anos, no norte da China, e o cume oceânico Walvis, de 55 milhões de anos, no sul do oceano Atlântico, usando-os como modelos.

― Estávamos interessados em reconstruir os ciclos de Milankovitch, pois fornecem uma ferramenta poderosa para avaliar a história de nosso planeta e o sistema solar. Eles são como placas de trânsito numa estrada, permitindo-nos navegar a história geológica ― disse Meyers. ― Por exemplo, a identificação dos ciclos de Milankovitch em sedimentos abrangendo os últimos milhões de anos tem revolucionado nosso compreendimento da natureza da era do gelo, a instabilidade dos mantos de gelo, e como o sistema climático funciona.

Em relação à lua, ela não vai se afastar da Terra para sempre. Em algum ponto num futuro distante, ela vai atingir uma distância estável, quando estará visível de apenas uma metade da Terra, e nunca vista do outro.

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