11ª Bienal, a mais internacional das edições
A 11ª edição da Bienal de Artes Visuais do Mercosul teve início no dia 6 abril e estará em exposição até o dia 3 de junho, em Porto Alegre. Com o título “O Triângulo Atlântico”, a mostra apresenta as conexões políticas, econômicas e culturais entre três diferentes povos e regiões: América, Europa e África
Obra de Camila Soato está na 11ª Bienal do Mercosul em Porto Alegre
Museus e espaços culturais da capital estão expondo as obras dos mais de 70 artistas escolhidos pelos curadores do evento, Alfonso Hug e Paula Borghi. As fotografias, pinturas, gravuras, desenhos, instalações sonoras e outras formas de arte, vieram de 25 países diferentes, o que tornou a 11ª Bienal a mais internacional de todas as edições. Essa miscigenação entre os três continentes traz a lembrança de como foi formada a identidade brasileira.
A montagem da exposição está concentrada no Margs, no Memorial do RS e no Santander Cultural. No Margs a exposição traz a questão do Atlântico de forma direta, com vídeos que lidam com o mar, navegações, desastres naturais e também a herança da escravidão. Já, no Santander, há mais retratos e representação de corpos. A Praça da Alfândega está sendo ocupada com atividades diversas, como concertos e performances, e a Igreja das Dores recebeu uma instalação sonora com idiomas indígenas.
Apesar da variedade e qualidade, a mostra desse ano é modesta comparada a anterior, realizada em 2015. O evento era para ter ocorrido no ano passado, justificando o nome “Bienal”, mas não foi possível por falta de recursos. A edição anterior contou com um orçamento de R$ 7,5 milhões, já, a deste ano conta uma base de R$ 3 milhões. O presidente da Fundação Bienal do Mercosul, o médico Gilberto Schwartsmann, afirmou que a queda de orçamento não foi um problema e que o valor foi superado devido a receptividade de diversos segmentos da sociedade. O resultado foi uma captação bem superior ao esperado, aumentando a densidade artística da mostra e permitindo a realização de atividades adicionais.
Antes de sua abertura oficial o evento manteve uma agenda de programações paralelas, construindo pontes com o Festival de Gramado e a Feira do Livro, onde apoiou a vinda do nigeriano Wole Soyinka premiado com o Nobel de Literatura.
Entre os artistas que estarão expondo está o egípcio Youssef Limoud, ganhador do Grande Prêmio da Bienal de Dakar em 2016, e o americano Mark Dion, já expôs em lugares como MoMA (Nova York), Tate Gallery (Londres) e Palais des Beaux-Arts (Paris). A mostra terá a participação de cinco gaúchos, três deles presentes em edições passadas: André Severo, Romy Pocztaruk e Letícia Ramos.
Confira a lista completa dos artistas:
Brasil
André Severo
Anna Azevedo
Arjan Martins
Camila Soato
Dalton Paula
Gustavo von Ha
Igor Vidor & Yuri Firmeza
Jaime Lauriano
Juliana Stein
Letícia Lampert
Leticia Ramos
Lunara
Maxim Malhado
Miguel Rio Branco
Paulo Nimer Pjota
Romy Pocztaruk
Sonia Gomes
Vivian Caccuri
América Hispânica
Alonso + Craciun
Edinson Javier Quiñones
Hector Zamora
J. Pavel Herrera
Luis Camnitzer & Gabo Camnitzer
Marco Montiel-Soto
Mónica Millán
Pablo Rasgado
Sandra Monterroso
África
George Osodi
Ibrahim Mahama
João Carlos Silva
Kemang Wa Lehulere
Leonce Raphael Agbodjelou
Mary Evans
Omar Victor Diop
Randa Maroufi
Youssef Limoud
Zanele Muholi
Europa
Andréas Lang
Eric van Hove
Faig Ahmed
Frank Thiel
Iris Buchholz Chocolate
Mame-Diarra Niang
Mario Pfeifer
Mark Formanek
Martha Atienza
Vasco Araújo
Viviane Sassen
América do Norte
Adad Hannah
Alec Soth
Chris Larson
Edward Burtynsky
Mark Dion
Melvin Edwards
América Latina
Barbara Prézeau-Stephenson
Javier López & Erika Meza
José Huamán Turpo
Laura Kalauz & Sofia Medici
Muu Blanco
Priscilla Monge
Rainer Krause
Sandra Monterroso
Nigéria
Adeola Olagunju
Aigberadion Ikhazuangbe Israel & Kayode Oluwa
Emeka Udemba
Halima Abubakar
Jeremiah Ikongio
Ndidi Dike
Ologeh Otuke Charles
Ralph Eluehike