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Estudante de jornalismo da Ulbra Canoas publica seu primeiro livro

Júlio Hermann é estudante de Jornalismo da Ulbra e, com apenas 20 anos, já está vivendo uma das fases mais marcantes desua vida. Ele acaba de publicar seu primeiro livro, intitulado "Tudo acontece aqui dentro". Após uma semana do lançamento, realizado no dia 3 de março, a obra já se encontra esgotada no site de grandes livrarias nacionais e se encaminha para uma 2º edição.

“Tudo acontece aqui dentro” tem atraído os mais diversos públicos e recebido muitos elogios pela forma como trata o amor e tudo que envolve esse sentimento. Júlio concordou em falar sobre o que inspirou ele durante o processo de criação e de como, em três anos, ele foi se aprofundando na literatura.

Como o “Tudo acontece aqui dentro” surgiu?

Ele surgiu da necessidade de mostrar que a cultura do amor é maior que a cultura do ódio. As pessoas não precisam necessariamente, em um relacionamento, odiar alguém porque a pessoa não teve interesse nela ou porque as coisas não deram certo. Nenhuma das duas deixa de ser incrível por conta disso.

Por que, entre tantos outros temas, você escolheu falar de amor?

Era o único tema que eu me sentia seguro e confortável para falar. Eu já escrevia na internet sobre relacionamento e comportamento, então a combinação já estava feita e acho que ela deu bastante certo.

Durante o processo de criação, você teve alguma dificuldade?

Não, eu sempre fui testando formatos na internet antes, até encontrar o que mais renderia. Eu tive algumas crises, mas nada que me comprometesse.

Há novos projetos?

Sim, estou com um livro pela metade agora. O lançamento, a princípio, é em maio.

Você deseja se aventurar em outros gêneros literários? Quais?

Muito, quero me aprofundar em terror, já que vou estudar demonologia, e em literatura policial.

Esse amor pela literatura é algo recente ou vem desde a infância?

Antes de começar a ler, eu já escrevia. Eu não tinha o hábito da leitura e isso só mudou no início do ano passado. Antes eu lia um livro por ano, nem isso, mas agora já li mais livros que a minha vida toda. Eu não tenho o costume de contemplar obras semelhantes as que eu escrevo, o que ajuda a lapidar a escrita, mas não ajuda na expressão de termos.

Dos textos publicados no seu site, há algum especial? Por quê?

O primeiro do meu site e o primeiro do Entre todas as coisas, um blog criado pelo Daniel Bovolento. Eu sou apaixonado pela escrita dele e no dia do meu aniversário em 2015, ele entrou em contato comigo e me convidou para escrevermos juntos. Um dia depois o “Obrigado por expulsar meus demônios” já estava publicado, depois disso tomei coragem e criei meu blog.

No início dos seus textos você sempre deixa uma sugestão de música para o leitor escutar enquanto está lendo. Qual é o propósito?

O propósito é justamente ambientar a leitura. Eu escrevo ouvindo música, então a música geralmente dita o ritmo do texto, mas não necessariamente fala sobre a mesma coisa. Ela cria um ambiente próprio e coloca o leitor mais imerso.

Em outras entrevistas você falou que sentiu a necessidade de publicar seus textos quando percebeu que não sentia “as coisas” sozinho. Como está sendo o feedback?

Eu comecei a publicar na internet no início de 2015, porque um amigo meu insistiu muito. Eu já escrevia antes, coisas para guardar, mas elas eram muito ruins. Ele criou um blog na época e me convidou para escrever. Então eu comecei a publicar por lá, eu já tinha uma identificação com ele e, para mim, a grande sacada da literatura é justamente essa: tu sempre escreve pra gerar identificação e aí o feedback vem naturalmente.

Você, se referindo ao livro, disse ser “cartas que escrevi enquanto ainda sentia a ferida arder”. Ele fala sobre suas experiências, algum dia você já teve medo de estar se expondo demais?

Não, eu tenho uma dificuldade em me expor falando, então escrevendo é muito fácil. Eu não acho que ser frágil é ruim, na verdade acho uma coisa boa. Se nós não sentíssemos mais, não viveríamos, sobreviveríamos. Compartilhar é necessário, principalmente nos momentos de extrema angústia.

Qual a sua grande inspiração?

Minhas grandes inspirações, no gênero em que escrevo, são os livros Por onde andam as pessoas interessantes, do Daniel Bovolento e o Faça amor, não faça jogo, do Ique Carvalho. Mas o livro que mais me ensinou sobre a vida, até agora, foi o Amor de todo amor.

Qual a sensação de ver seu livro sendo vendido nas maiores livrarias nacionais?

A minha irmã se formou na faculdade faz duas semanas e eu chorei muito. Quando começou a pré-venda do livro fiquei feliz e eufórico, mas não foi absolutamente nada além disso. Eu fico muito mais emocionado com a conquista dos outros, do que com as minhas, acho que, em parte, é porque eu sei tudo por trás delas, tanto o que foi fácil, quanto o que foi difícil.

O quanto o conhecimento que você adquiriu no Jornalismo te auxilia na escrita?

A minha grande gratidão dentro do curso é a professora Mirian, porque foi ela que ajudou a lapidar minha escrita e me mostrou que menos é mais. Fiz a cadeira dela em 2015, logo que comecei, e meus textos eram cheios de adereços, eram muito ruins, eu realmente não sei como as pessoas liam na época. Hoje posso afirmar que 50% do que sou devo as aulas dela.

Quais são os planos para o futuro?

Quero me formar, mas não pretendo trabalhar em uma redação ou algo do gênero, vou seguir na comunicação, mas não ligado diretamente ao Jornalismo. Estou trabalhando na comunicação de um evento de tecnologia, o Gramado Summit, e estou gostando muito de fazer isso. Daqui a dois anos pretendo me mudar para São Paulo, porque minha editora é de lá, então facilitará muito. Porém, meu sonho é escrever dois livros por ano para poder viver disso, mas acho que ainda não tenho essa capacidade.

Se você quer conhecer mais o trabalho do Júlio, vale conferir o blog Entre todas as coisas: http://entretodasascoisas.com.br/author/julio-hermann/

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