Jornalista lança livro sobre ética na publicidade
O livro “Ética na publicidade: por um nova sociedade de consumo”, escrito pela professora da UFF Ana Paula Bragaglia, será lançado no espaço Multifoco Bistrô, no próximo dia 30, no Rio de Janeiro. O livro foi concebido do estranhamento que costuma causar a pergunta “existe ética na publicidade?”.
Sendo a profissão de Publicitário consensualmente aceita pela sociedade, pressupõe-se que alguma função social lhe cabe. Não se trata de propagar enredos de causas sociais em mensagens comerciais, o que pode consistir em estratégia de engodo e, portanto, em mera ideologia de consumo. Trata-se da função basilar de informar sem enganar e persuadir sem manipular, em favor do êxito de quem possui um negócio, e da satisfação – em vez da perpetuação da falta – de quem busca um dado produto. Havendo benefício para a sociedade, uma dada profissão pode existir e deve, antes de mais nada, ser exercida constante e intensamente atrelada ao exercício ético.
Pensando nisso, a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Ana Paula Bragaglia, autora e organizadora do livro, construiu suas aulas de Ética Publicitária, disciplina que leciona há mais de dez anos, e adotou o tema em seu doutorado. A partir de então, as aulas dialogaram com a tese e vice-versa, fazendo nascer o projeto de um livro sobre ética publicitária através do qual fosse possível compartilhar o roteiro central de reflexões utilizadas na disciplina e em suas pesquisas.
A divisão deste livro reflete o propósito de promover, de forma didática e aprofundada, tanto a discussão sobre críticas à publicidade, ou seja, sobre temáticas referentes à ética publicitária, quanto o debate sobre o potencial de influência da publicidade na formação de ideias e comportamentos de indivíduos e grupos.
Especificamente, as seguintes temáticas foram abordadas: publicidade enganosa (informativa e emocional); publicidade e estereótipos; publicidade e infância; publicidade e liberdade; publicidade e medicamentos; publicidade e bebidas alcoólicas, passando ainda pela discussão, em alguns capítulos, sobre o potencial de engodo de linguagens publicitárias comerciais que se revestem da defesa de causas sociais.
Ana Paula Bragaglia e a equipe do ESC como um todo esperam que este livro ajude a preencher a lacuna bibliográfica referente a obras deste tema que apresentam um maior embasamento teórico e reflexivo, uma vez que o comum é encontrar livros voltados principalmente à listagem de normas ético-legais, com reflexões e fundamentação teórica pouco aprofundadas. Dessa forma, deseja-se que a obra venha a auxiliar professores, alunos, publicitários e pesquisadores em geral que lecionam e/ou estudam a ética publicitária, de modo a contribuir para que não se entenda mais como paradoxal a relação entre ética e publicidade. Assim, espera-se dar uma pequena contribuição para a construção de uma nova de sociedade de consumo que, de fato, traga mais felicidade do que prometem os enfáticos apelos que costuma propagar.
Fonte: Associação Brasileira de Imprensa