top of page

Jornalistas estão entre os mais atingidos pela reforma


Os jornalistas estão entre as categorias mais duramente atingidas pela reforma trabalhista do presidente Temer, aprovada pelo Senado na terça-feira, 11 de julho. A professora de Direito do Trabalho da UFMG, Daniela Muradas Reis avalia que a reforma tornará a profissão de jornalista completamente precária, com graves prejuízos para toda a sociedade, em consequência da baixa qualidade das informações produzidas pela imprensa.


A reforma muda mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “São medidas de retrocesso com impactos e desdobramentos. As inconstitucionalidades são evidentes. É um absurdo atrás do outro”, disse a professora, cuja atuação acadêmica tem ênfase em retrocessos sociais, direitos humanos sociais e trabalho decente.


Ela lembrou que vários pontos da reforma já foram condenados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), por violarem acordos internacionais. “Um deles é o direito de férias”, destacou, citando ainda a renúncia de direitos, possibilitada pela prevalência do negociado sobre o legislado.


Entre as aspectos da reforma que atingem diretamente os jornalistas, segundo Daniela, estão a precarização da jornada de trabalho e o chamado teletrabalho, que regulamenta o home office. “O setor da imprensa é altamente pejotizado e afetado pelo uso de novas tecnologias”, observou. “A informalidade do trabalho agora está amparada por lei e vai valer o que o mercado ditar. Num setor concentrado como esse as consequências serão muito grandes.”


Daniela Muradas disse que é hora de debater o assunto amplamente porque o trabalho dos jornalistas tem grande importância para a sociedade. “O jornalista nunca teve estabilidade no emprego, que é uma premissa para o jornalismo independente”, assinalou, acrescentando que o direito à informação é um compromisso dos jornalistas.


Ela definiu a reforma trabalhista como a legitimação das inaceitáveis formas de exploração do trabalho que contrariam os direitos humanos previstos na Constituição e pelas convenções da OIT. “Haverá muita disputa na interpretação da reforma”, previu.


Fonte: Associação Brasileira de Imprensa

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page