Câmara dos Deputados promove debate sobre perseguição e violência contra a imprensa no Brasil
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados promoveu na última quarta-feira, 12 de julho, um debate sobre o exercício jornalismo. O evento aconteceu após a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgar uma pesquisa que revela dados alarmantes para os profissionais da imprensa: somente em 2015, 8 jornalistas foram assassinados, 64 agredidos e 44 ameaçados ou ofendidos.
O debate foi sugerido pelo deputado Paulão (PT-AL), que criticou a falta de segurança dos profissionais da imprensa e o desrespeito à liberdade de expressão. “O Brasil é o quinto país com mais ataques aos jornalistas, à frente, inclusive, de países em guerra civil, como o Iêmen”, destacou.
A audiência foi dividida em duas mesas com temáticas diferentes. Na primeira, os debatedores fizeram um panorama da comunicação no Brasil e discutiram sobre concentração de propriedade na mídia, censura judicial e perseguição no jornalismo.
A segunda mesa debateu novas formas de comunicação, jornalismo ativista e imprensa alternativa. Também houve discussão sobre o fim da obrigatoriedade do diploma para que as pessoas possam exercer o jornalismo.
O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT-MG) criticou a mídia tradicional. Ele manifestou uma visão pessimista em relação à repressão aos jornalistas. “Acredito que, se as coisas estão ruins agora, vão piorar ainda mais no futuro. É preciso discutir muito sobre esse assunto”, disse ele.
Na opinião do parlamentar, quando o profissional trabalha com a verdade, “há incômodo entre as classes dominantes”.
Fonte: Portal Comunique-se