Repórter socorre criança e vira ícone de tragédia
A imagem de um repórter correndo com uma criança no colo tentando levá-la para uma ambulância, após um atentado suicida na Síria que deixou 126 mortos, entre os quais 68 crianças, no último sábado (15), vem percorrendo o mundo como símbolo da tragédia que aconteceu a oeste de Aleppo. Uma outra imagem aparece o mesmo fotógrafo em prantos ao lado de uma criança morta.
Abd Alkader Habak, repórter de origem síria que viajava em um comboio de refugiados, não hesitou em deixar a câmara no fundo para ajudar as crianças feridas que estavam entre os ferros e chamas. O carro-bomba foi introduzido no local da tragédia, sob o pretexto de entregar ajuda humanitária em uma área periférica da cidade.
As fotografias em que Abd Habak apareceu salvando a criança e chorando perto de um cadáver infantil, percorreram o mundo com milhares de compartilhamentos pelo Twitter e Facebook e inspiraram a sociedade pela atitude humana. O repórter não pareceu se importar com protocolos ou com regras que determinam a imparcialidade jornalística. Ao ver o ataque, ele simplesmente fez o que deveria ser feito e tentou salvar uma criança em apuros.
Quando Abd Habak se sentou, ele pegou a câmera e percebeu que uma criança precisava de ajuda. “Eu olhei para seu rosto e eu pude ver que ele estava respirando. Eu o peguei do chão e comecei a correr em direção à ambulância. Eu não sei o que aconteceu com a criança, mas eu coloquei em uma ambulância e ela a levou para um dos hospitais que estão dentro da zona de conflito.”
Embora sem muita repercussão, além de Abd habak, outros membros da imprensa mundial também se sensibilizaram no momento e tentaram salvar algumas crianças que estavam em apuros no local.
Em sua conta do Facebook, Abd Habak compartilhou um vídeo do canal britânico ‘Channel 4’, que mostra o efeito devastador do carro-bomba. Ele conta em primeira mão o horror que ocorreu. “Não tenho palavras para explicar o que aconteceu. Eu estava em pé ao lado de um carro que estava distribuindo alimentos para crianças. Eu estava a apenas alguns metros quando de repente houve uma enorme explosão”, diz ele no vídeo.
Fonte: Associação Brasileira de Imprensa